O eczema, também conhecido como dermatite, é uma condição inflamatória da pele que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, manifestando-se com sintomas como coceira intensa, vermelhidão, descamação e, em casos mais severos, rachaduras e até pequenas feridas. Apesar de o termo “eczema” ser muitas vezes usado de forma genérica, ele engloba diferentes tipos de manifestações cutâneas, com origens e tratamentos distintos.
Hoje vamos explorar os dois principais tipos de eczema: o eczema atópico, de origem genética, e o eczema de contato, causado por substâncias externas. Entender as diferenças entre essas formas da doença é fundamental para obter o diagnóstico correto e seguir o tratamento mais adequado.
O que é o eczema?
Eczema é um termo amplo utilizado para descrever diferentes tipos de inflamação da pele. Não é contagioso, mas pode ser bastante incômodo, afetando a qualidade de vida das pessoas que convivem com ele. A principal característica do eczema é a pele irritada e inflamada, frequentemente acompanhada por coceira e vermelhidão.
Existem diversas classificações para o eczema, mas duas delas são as mais comuns e amplamente diagnosticadas: o eczema atópico (ou dermatite atópica) e o eczema de contato (ou dermatite de contato). Vamos entender melhor cada uma delas.
Eczema atópico: a forma genética do problema
O eczema atópico é um tipo de dermatite crônica e recorrente que tem base genética. Ele faz parte do chamado “tríade atópica”, que inclui também a asma e a rinite alérgica. Ou seja, quem tem uma dessas condições está mais propenso a desenvolver as outras.
Características principais
início na infância: geralmente se manifesta nos primeiros anos de vida, embora também possa aparecer em adultos.
pele extremamente seca: a pele perde sua capacidade natural de reter a umidade.
coceira intensa: a coceira constante pode levar a feridas por conta do ato de coçar.
localização típica: é comum em regiões como face, pescoço, dobras dos braços, atrás dos joelhos e tornozelos.

Causas
A principal causa do eczema atópico é a predisposição genética. Pessoas com histórico familiar de doenças alérgicas têm maior chance de desenvolvê-lo. Alterações na barreira protetora da pele, que permitem a penetração de alérgenos e irritantes, também contribuem significativamente para o desenvolvimento da doença.
Além disso, fatores ambientais, como clima seco, poluição, produtos de higiene agressivos e até o estresse emocional, podem desencadear ou agravar as crises.
A dermatite atópica é crônica?
Sim, a eczema atópica (ou dermatite atópica) é considerada uma condição crônica, ou seja, ela não tem cura definitiva. No entanto, isso não significa que a pessoa terá sintomas o tempo todo. Muitas vezes, a doença passa por fases de melhora e piora, com crises que podem ser desencadeadas por fatores como clima seco, estresse, alérgenos ou produtos irritantes. Com os cuidados certos, é totalmente possível manter a doença sob controle, minimizando os sintomas e prolongando os períodos de remissão.
Tratamento
O tratamento do eczema atópico envolve uma combinação de cuidados diários e medicamentos prescritos por dermatologistas:
hidratação constante da pele
uso de sabonetes suaves e produtos sem fragrância
evitar banhos quentes e demorados
uso de corticosteroides tópicos durante as crises
em alguns casos, medicamentos imunomoduladores e anti-histamínicos orais
A chave para o controle do eczema atópico está em manter a pele protegida e bem hidratada, além de identificar e evitar fatores que agravam a condição.
Eczema de contato: reação a agentes externos
O eczema de contato, diferente do atópico, é causado por uma resposta da pele ao entrar em contato com determinadas substâncias. Ele é dividido em dois tipos principais: eczema de contato irritativo e eczema de contato alérgico.
Eczema de contato irritativo
É o tipo mais comum e ocorre quando a pele é exposta repetidamente a substâncias que prejudicam sua barreira natural. Exemplo disso são produtos de limpeza, sabões, solventes ou até mesmo o atrito constante com tecidos ou objetos.
Eczema de contato alérgico
Neste caso, a reação é do tipo alérgica e ocorre quando o sistema imunológico reage de forma exagerada a uma substância específica. A sensibilização pode levar dias, meses ou até anos para se desenvolver, e, uma vez sensibilizada, a pele passa a reagir ao mínimo contato com o agente. Exemplos comuns incluem metais como o níquel, perfumes, conservantes e corantes.
Sintomas
vermelhidão intensa e inchaço no local do contato
bolhas, crostas e descamação
coceira localizada e, em casos graves, dor ou queimação

Diagnóstico
O diagnóstico pode ser feito por um dermatologista por meio do teste de contato (também conhecido como patch test), que identifica qual substância está causando a alergia.
Tratamento
interrupção do contato com o agente causador
aplicação de corticosteroides tópicos
uso de pomadas com efeito calmante
em alguns casos, o uso de medicação oral é indicado
O sucesso do tratamento depende, em grande parte, da identificação e eliminação da substância que provoca a reação alérgica ou irritativa.
Cuidados diários e prevenção
Seja no caso do eczema atópico ou de contato, alguns cuidados diários ajudam a manter a pele saudável e reduzir a frequência das crises:
usar hidratantes próprios para peles sensíveis, diariamente
optar por roupas de algodão e evitar tecidos sintéticos ou muito ásperos
lavar roupas com sabão neutro, sem corantes ou perfumes
manter unhas curtas para evitar lesões ao coçar
evitar o uso de perfumes diretamente na pele, especialmente em áreas sensíveis
manter o ambiente ventilado e evitar calor excessivo
Mitos e verdades sobre o eczema
Apesar de ser uma condição bastante comum, o eczema ainda é cercado por diversos mitos que dificultam o entendimento e o manejo adequado da doença. Um dos equívocos mais frequentes é a ideia de que o eczema é contagioso — o que não é verdade. Mesmo que as lesões na pele possam parecer alarmantes, o eczema não se transmite pelo toque, pelo compartilhamento de objetos ou pela proximidade com outras pessoas.
Outro mito comum é associar o eczema à falta de higiene. Na realidade, a condição tem origem em fatores genéticos, imunológicos e ambientais, não estando relacionada à limpeza da pele. Pelo contrário, cuidados exagerados ou o uso de produtos inadequados podem até piorar o quadro.
Muitas pessoas também acreditam que apenas crianças desenvolvem eczema, mas a verdade é que a doença pode surgir ou persistir em qualquer fase da vida, inclusive na idade adulta.
Além disso, é importante esclarecer uma percepção comum: o agravamento dos sintomas durante a noite. Embora alguns chamem informalmente de “eczema noturna”, trata-se de uma piora dos sintomas, principalmente da coceira, nas horas de descanso. Isso ocorre porque, à noite, a produção natural de hormônios anti-inflamatórios, como o cortisol, diminui, favorecendo a inflamação da pele. Somado a isso, a pele tende a ficar mais seca durante a madrugada, o que aumenta ainda mais o desconforto.
Esclarecer esses mitos é fundamental para combater o preconceito e garantir que as pessoas com eczema recebam o cuidado, o apoio e a compreensão que merecem.
Conclusão
O eczema, seja ele de origem genética ou resultado de contato com substâncias externas, exige atenção e cuidado constantes. A boa notícia é que, com o diagnóstico correto e um plano de cuidados bem estruturado, é possível conviver com a condição e minimizar suas manifestações.
Consultar um dermatologista é fundamental para determinar o tipo de eczema e receber orientações personalizadas. A automedicação ou o uso de produtos sem recomendação médica pode agravar a condição e até gerar novas alergias ou reações adversas.
A educação sobre o próprio corpo e a adoção de uma rotina de cuidados são as maiores aliadas de quem vive com eczema.
Existem outros tipos de eczema além do atópico e do de contato?
Sim, além da eczema atópica e da eczema de contato (ou dermatite de contato), existem outros tipos de eczema, entre os quais:
eczema numular (ou dermatite numular): provoca manchas arredondadas na pele, que coçam muito e se assemelham a moedas.
eczema disidrótico(ou disidrose): afeta principalmente mãos e pés, com pequenas bolhas que causam muita coceira.
eczema seborreico (ou dermatite seborreica): geralmente ocorre em áreas oleosas como couro cabeludo e rosto.
eczema por estase: aparece geralmente nas pernas de pessoas com má circulação venosa, causando inchaço, vermelhidão e descamação.
eczema infantil: forma de dermatite atópica que afeta bebês e crianças pequenas, sendo muitas vezes temporária.
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