A dislipidemia, popularmente conhecida como colesterol alto, é uma condição clínica na qual os níveis de gordura no sangue estão alterados, aumentando o risco de doenças cardíacas, como o infarto e o AVC (acidente vascular cerebral). Geralmente, essa alteração passa despercebida, já que raramente apresenta sintomas específicos, sendo, na maioria das vezes, diagnosticada apenas por meio de um exame de sangue chamado lipidograma.
Neste texto, vamos explorar suas causas, tratamento, complicações, sintomas, prevenção e algumas curiosidades que ajudam a desmistificar essa condição.
Causas
A dislipidemia é fruto tanto de fatores genéticos quanto de estilo de vida. Entre as causas estão:
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Uma dieta rica em gordura saturated, gordura trans, alimentos processados, doces e fast food;
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Sedentarismo, ou falta de atividade física;
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Sobrepeso ou obesidade;
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Uso de determinados medicamentos, como corticoides;
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Doenças crônicas, como diabetes mellitus, síndrome metabólica, doenças renais ou hepáticas;
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Fatores genéticos (história familiar);
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Envelhecimento, que torna o metabolismo das gorduras menos eficaz.
Tratamento
O tratamento é realizado principalmente para prevenir doenças cardíacas, aumentando o bom colesterol (HDL) e diminuindo o mau ( LDL) e os triglicerídeos.
Primeira linha de tratamento é a estruturação de um estilo de vida saudável:
- Uma dieta balanceada, aumentando o consumo de fibras, peixes, fontes de ômega-3, azeite extravirgem, oleaginosas, enquanto se evita alimentos processados, doces, gordura trans e gordura saturada.
- A prática de atividades físicas pelo menos 150 minutos por semana — sendo uma combinação de atividades aeróbicas (caminhada, natação, dança) e treinamento de resistência (musculação).
- A redução do peso corporal se ele for excessivo (IMC > 25).
- A suspensão do tabagismo.
- A moderação ou interrupção do consumo de álcool.
- Quando essas medidas não são suficientes, o médico pode prescrever medicações, principalmente as estatinas (atorvastatina, sinvastatina, rosuvastatina), fibratos ou inibidores de PCSK9, que ajudam a reduzir o LDL e o risco de eventos cardíacos.
Diagnóstico
O diagnóstico é realizado por um exame de sangue chamado lipidograma, que verifica:
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Nível de LDL (colesterol “mau”);
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Nível de HDL (colesterol “bom”);
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Nível de triglicerídeos;
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Nível de colesterol total.
Este exame deve ser realizado pelo menos uma vez a cada 5 anos a partir dos 20 anos, ou com maior frequência se o médico considerar que o paciente apresenta maior risco cardíaco, diabetes, obesidade ou histórico familiar de doenças cardíacas.
Complicações
Se não for adequadamente controlada, a dislipidemia eleva o risco de doenças cardíacas, aumentando a possibilidade de:
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Infarto do miocárdio;
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Acidente vascular cerebral;
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Doença arterial periférica;
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Aterosclerose, que é o acúmulo de gordura nas artérias;
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Problemas renais relacionados às alterações nas artérias que levam o sangue aos rins.
Sintomas
Na maioria dos casos, a dislipidemia é assintomática, sendo diagnosticada apenas pelas alterações nos exames de sangue. Apenas em algumas circunstâncias, é possível notar sintomas físicos, como:
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Xantomas (pequenas elevações de gordura na pele);
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Xantelasmas (placas amarelas nas pálpebras);
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Dor nas panturrilhas ao caminhar (caso as artérias das pernas estejam obstruídas);
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Cansaço constante, embora ele seja um sinal muito genérico.
Prevenção
Algumas medidas ajudam a prevenir a dislipidemia e suas complicações:
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Manter uma dieta saudável, aumentando o consumo de fibras, legumes, frutas e alimentos integrais;
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Reduzir alimentos processados, doces, gordura trans e gordura saturated;
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Realizar atividades físicas regularmente;
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Controlar o peso corporal;
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Evitar o tabagismo e o consumo excessivo de álcool;
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Realizar exames de controle, principalmente se você possuir histórico familiar de doenças cardíacas;
Curiosidades
- Apenas o colesterol não é um vilão: ele é importante para a produção de vitamina D, de hormônios esteróides (como estrógeno, testosterona, progesterona e cortisol) e para a estrutura e integridade das membranas das células e absorção de algumas vitaminas.
- A dislipidemia nem sempre apresenta sintomas — é uma doença silenciosa. Por essa razão, é importante realizar exames de sangue regularmente, principalmente a partir dos 40 anos de idade ou se você possuir histórico familiar de doenças cardíacas.
- Alguns grupos estão mais propensos a apresentar dislipidemia, como os portadores de diabetes, obesidade ou síndrome metabólica.
- Apenas o LDL é considerado o “mau” colesterol, enquanto o HDL é o “bom”, que evita o acúmulo de gordura nas artérias.
- Alguns alimentos, como o abacate, azeite, castanhas, chia, linhaça, peixes, vegetais de cor escura ajudam a elevar o HDL e a controlar o LDL.
- A dislipidemia é uma das condições crônicas que estão aumentando junto com a obesidade e o sedentarismo nas últimas décadas.
- A dislipidemia não é causada apenas pelo que você come — o estresse, a falta de sono, o sedentarismo, o tabagismo e até algumas condições de família influenciam nas taxas de gordura presentes nas artérias.
Conclusão
A dislipidemia é uma condição recorrente na população, que, embora seja silenciosa na maioria dos casos, eleva o risco de doenças cardíacas. A parceria com um médico é importante para que o tratamento seja realizado de forma adequada, aumentando a expectativa de vida e a qualidade de vida.
Com um bom controle, é perfeitamente possível viver uma vida saudável, aumentando a disposição, a vitalidade e a longevidade.
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