O câncer colorretal — que inclui os tumores que se desenvolvem no cólon (intestino grosso) e no reto — é um dos tipos de câncer mais comuns no mundo. Apesar disso, ainda há muito desconhecimento e preconceito em torno da doença, o que atrasa o diagnóstico e compromete as chances de cura. Com o avanço das campanhas de conscientização, como o Março Azul, cresce a importância de falar sobre prevenção, sintomas e tratamento de forma clara e acessível.
O que é o câncer colorretal?
O câncer colorretal se origina a partir de alterações nas células da mucosa que reveste o intestino grosso ou o reto. Na maioria das vezes, ele começa como pólipos, pequenas lesões benignas que podem crescer e se transformar em câncer ao longo dos anos. Detectar e remover esses pólipos precocemente é uma das formas mais eficazes de evitar a evolução da doença.
Quais são as causas e fatores de risco?
O câncer colorretal é uma doença multifatorial. Entre os principais fatores de risco, estão:
Idade: mais comum após os 50 anos
Histórico familiar de câncer colorretal ou pólipos intestinais
Doenças inflamatórias intestinais crônicas, como colite ulcerativa e doença de Crohn
Síndromes genéticas, como a polipose adenomatosa familiar (PAF) e a síndrome de Lynch
Dieta rica em carnes vermelhas e processadas
Baixa ingestão de fibras
Sedentarismo
Tabagismo e consumo excessivo de álcool
Obesidade
Diabetes tipo 2
Quais são os sintomas do câncer colorretal?
Os sintomas do câncer colorretal podem ser silenciosos nos estágios iniciais. Com a progressão da doença, alguns sinais comuns incluem:
Sangue nas fezes (vermelho vivo ou escuro)
Alterações persistentes no hábito intestinal (diarreia ou prisão de ventre)
Sensação de evacuação incompleta
Dores abdominais ou cólicas
Perda de peso inexplicável
Fraqueza e fadiga
Anemia sem causa aparente
Por serem sintomas que podem ser confundidos com outras doenças intestinais, como hemorroidas ou síndrome do intestino irritável, é essencial buscar avaliação médica ao primeiro sinal.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico precoce é essencial para aumentar as chances de cura. As principais formas de investigação incluem:
Colonoscopia: exame fundamental para identificar pólipos e tumores. Permite também realizar biópsias.
Pesquisa de sangue oculto nas fezes: teste simples que pode indicar a presença de sangramentos microscópicos.
Exames de imagem, como tomografia ou ressonância magnética, ajudam a avaliar a extensão da doença.
Exames genéticos podem ser indicados em casos com histórico familiar ou suspeita de síndromes hereditárias.
Como é o tratamento?
O tratamento do câncer colorretal depende do estágio da doença, da localização do tumor e das condições clínicas do paciente. As principais opções são:
Cirurgia: remoção do tumor e de parte do intestino afetado. É o tratamento mais comum.
Quimioterapia: usada para destruir células cancerígenas ou evitar que elas se espalhem. Pode ser indicada antes ou após a cirurgia.
Radioterapia: mais utilizada em tumores retais, especialmente quando localizados próximos ao ânus.
Imunoterapia e terapias-alvo: indicadas em casos específicos, especialmente em cânceres avançados com mutações genéticas específicas.
Em muitos casos, o diagnóstico precoce permite que o câncer seja removido totalmente com cirurgia, sem necessidade de tratamentos mais agressivos.
Como prevenir o câncer colorretal?
Apesar de não ser possível evitar todos os casos, há muito o que pode ser feito para reduzir o risco:
Adote uma alimentação rica em fibras (frutas, legumes, grãos integrais)
Reduza o consumo de carnes vermelhas e embutidos
Mantenha um peso corporal saudável
Pratique atividade física regularmente
Evite o consumo excessivo de álcool e não fume
Realize exames preventivos, especialmente após os 45 anos, ou antes, se houver fatores de risco
Mitos e verdades sobre o câncer colorretal
“Só pessoas idosas têm câncer colorretal.”
❌ Mito. Embora seja mais comum após os 50 anos, o número de casos em adultos jovens tem aumentado nos últimos anos.
“Câncer colorretal sempre dá sintomas.”
❌ Mito. Em fases iniciais, o câncer pode ser silencioso. Por isso, a colonoscopia preventiva é essencial, mesmo em quem não tem sintomas.
“Pólipos sempre se tornam câncer.”
❌ Mito. Muitos pólipos são benignos e nunca se tornam malignos. No entanto, alguns tipos têm potencial de se transformar em câncer com o tempo, por isso devem ser removidos.
“Fazer colonoscopia é perigoso.”
❌ Mito. Quando realizada por um profissional capacitado, a colonoscopia é segura e muito eficaz na prevenção do câncer colorretal.
“Câncer colorretal é sempre fatal.”
❌ Mito. Quando detectado precocemente, o câncer colorretal tem altíssimas chances de cura — superiores a 90% nos casos iniciais.
“Sexo anal aumenta o risco de câncer colorretal”
❌ Mito! Essa é uma confusão comum entre o câncer colorretal e o câncer anal, que são doenças diferentes. O sexo anal não aumenta o risco de câncer no cólon ou no reto, partes internas do intestino grosso. Já o câncer anal, por sua vez, pode sim estar associado ao sexo anal desprotegido, principalmente em casos de infecção pelo vírus HPV. É importante entender essa distinção para evitar desinformação e estigmas desnecessários.
Conclusão
O câncer colorretal é uma doença grave, mas altamente prevenível e tratável quando identificada a tempo. A melhor forma de se proteger é através da informação, da mudança de hábitos e da realização de exames de rastreio. Não espere os sintomas aparecerem: converse com seu médico sobre quando iniciar sua colonoscopia. Quanto antes for feito o diagnóstico, maiores são as chances de cura e de uma vida saudável.
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