O desejo por uma pele bronzeada é comum, especialmente em países tropicais como o Brasil, onde o sol é abundante. No entanto, a busca pelo “tom dourado” pode vir com um alto custo à saúde da pele. Embora muitas pessoas ainda associem o bronzeamento à beleza e vitalidade, a realidade médica é outra: bronzear-se deliberadamente é, na prática, danificar a pele.
Neste artigo, vamos entender por que a pele escurece com o sol, os tipos de radiação ultravioleta, como o protetor solar age, os perigos reais do bronzeamento, incluindo o câncer de pele, alternativas mais seguras, e ainda desmentir alguns dos principais mitos sobre o assunto.
Por que a pele escurece quando nos bronzeamos?
O bronzeado é uma resposta de defesa da pele. Quando exposta aos raios UV, a pele produz melanina, pigmento que atua como proteção natural para minimizar os danos solares. A produção aumentada de melanina é o que dá o tom bronzeado — mas isso não é sinal de saúde, e sim de lesão celular.
Tipos de radiação solar: UVA, UVB e UVC
Raios UVA: penetram profundamente, causam envelhecimento precoce e alterações no DNA celular.
Raios UVB: provocam queimaduras solares e têm maior relação com o câncer de pele.
Raios UVC: não atingem a superfície terrestre por serem filtrados pela camada de ozônio.
Por isso, é essencial usar um protetor solar de amplo espectro, que proteja contra UVA e UVB.
Câncer de pele e envelhecimento precoce
A exposição solar frequente e sem proteção é a principal causa de câncer de pele. Os tipos mais comuns incluem:
Carcinoma basocelular
Carcinoma espinocelular
Melanoma, o mais agressivo e potencialmente letal
Além disso, os raios solares degradam fibras de colágeno e elastina, resultando em rugas, manchas e flacidez precoce.
Quando e onde usar protetor solar?
Muita gente acredita que só precisa aplicar protetor solar ao ir à praia ou piscina, mas essa ideia é equivocada.
No dia a dia: use protetor mesmo em dias nublados. Os raios UVA atravessam nuvens e janelas.
Dentro de casa ou escritório: se você passa muito tempo próximo a janelas ou usa telas com luz azul (computadores, celulares), o uso de protetor ainda é recomendado, especialmente no rosto.
Ao dirigir: a luz solar atravessa os vidros do carro e atinge o rosto e braços.
Reaplicação: reaplique a cada 2 horas ou após contato com água, suor ou toalha.
Alternativas seguras ao bronzeado solar
Se o desejo pelo tom bronzeado persiste, é possível obtê-lo com produtos que simulam a coloração da pele, sem danificar a saúde.
Spray tan ou autobronzeadores (mousse, loções, géis): contêm dihidroxiacetona (DHA), que reage com aminoácidos da pele e escurece sua camada superficial. Não oferecem proteção solar, mas são seguros.
Maquiagens corporais: podem ser usadas para bronzeado temporário em eventos.
Evite receitas caseiras ou produtos sem registro, pois podem causar alergias ou manchas.
O perigo do bronzeamento artificial (bed tanning)
Apesar de ser proibido no Brasil desde 2009, o uso de câmaras de bronzeamento artificial ainda acontece ilegalmente. Essas máquinas emitem altas concentrações de raios UVA, acelerando o envelhecimento da pele e aumentando em até 75% o risco de melanoma quando iniciadas antes dos 30 anos.
Além disso, o bronzeamento artificial não é seguro em nenhum nível, e não existe exposição “controlada” que seja isenta de risco.
Mitos e verdades sobre se bronzear
“Protetor solar impede o bronzeado.”
❌ Mito. O bronzeado será mais lento, mas com menos danos celulares.
“Pele negra não precisa de protetor.”
❌ Mito. Pessoas negras também estão suscetíveis ao câncer de pele e ao envelhecimento.
“Bronzear aos poucos é mais seguro.”
❌ Mito. O acúmulo de danos solares aumenta o risco de doenças a longo prazo.
“Protetores acima de FPS 30 são exagero.”
❌ Mito. FPS mais altos são importantes para pessoas de pele clara ou em exposição intensa.
“O sol faz bem por causa da vitamina D.”
✅ Verdade parcial. A exposição necessária é pequena e segura: cerca de 15 minutos nas mãos e braços, antes das 10h ou após as 16h.
Dicas para proteção solar eficiente
Use protetor solar FPS 30 ou mais, com proteção UVA e UVB.
Prefira protetores com cor para maior proteção contra a luz visível (importante para quem tem melasma).
Vista roupas com proteção UV, chapéus de aba larga e óculos escuros.
Evite exposição direta entre 10h e 16h.
Visite o dermatologista ao menos uma vez por ano para checar pintas e manchas.
Recomendações de protetores solares eficazes
Alguns protetores recomendados por dermatologistas e que oferecem ampla proteção UVA e UVB:
Anthelios (La Roche-Posay) – especialmente o Airlicium, bom para peles oleosas.
Episol Color ou Episol Sec – ótima aderência para uso diário.
Isdin Fusion Water – toque seco e fácil de espalhar.
Neutrogena Sun Fresh FPS 60 – ideal para corpo, com textura leve e refrescante.
Minesol (ROC) – boa proteção com fórmula matificante.
Dica: reaplique o protetor solar a cada 2 horas ou após banho, suor excessivo ou contato com água.
Conclusão
O bronzeado pode parecer desejável à primeira vista, mas os danos à pele são reais e acumulativos. A exposição solar sem proteção está diretamente ligada ao envelhecimento precoce e ao risco de câncer. Valorizar a saúde da pele deve estar acima da estética momentânea.
Para quem deseja manter a aparência bronzeada, é possível recorrer a alternativas seguras e eficazes, como os autobronzeadores, sem colocar sua saúde em risco. E mais do que isso: devemos reforçar o conceito de que pele saudável é bonita — independentemente do tom.
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