A catapora, também conhecida como varicela, é uma doença infecciosa altamente contagiosa causada pelo vírus varicela-zoster. Embora seja comum na infância, ela também pode afetar adolescentes e adultos que nunca foram expostos ao vírus ou vacinados. Apesar de geralmente ser considerada uma doença benigna, a catapora pode causar complicações graves em determinados grupos.
Neste artigo, você entenderá o que é a catapora, como ela se manifesta, como se transmite, os cuidados necessários e como é possível preveni-la com segurança.
O que é a catapora?
A catapora é uma infecção viral caracterizada por uma erupção cutânea com bolhas e coceira intensa, além de sintomas semelhantes aos da gripe. É causada pelo vírus varicela-zoster, o mesmo que pode causar o herpes-zóster (ou cobreiro) anos depois da infecção inicial.
Ela é uma das doenças exantemáticas mais comuns da infância, junto com o sarampo, a rubéola e a roséola. Antes da introdução da vacina, praticamente todas as crianças contraíam catapora até os 10 anos de idade.
Sintomas da catapora
Os sintomas da catapora costumam aparecer entre 10 e 21 dias após a exposição ao vírus. Os primeiros sinais são geralmente leves, mas rapidamente evoluem para o quadro clássico:
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Febre moderada (geralmente entre 37,5 °C e 39 °C)
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Mal-estar e cansaço
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Perda de apetite
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Dor de cabeça
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Erupção cutânea com pequenas manchas vermelhas, que evoluem para bolhas com líquido e, depois, formam crostas
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Coceira intensa na pele
A erupção costuma começar no rosto, couro cabeludo e tronco, espalhando-se para o restante do corpo. A formação de novas lesões pode ocorrer em ondas por até 5 dias.
Como ocorre a transmissão
A catapora é extremamente contagiosa. O vírus é transmitido principalmente por via aérea, através de gotículas expelidas ao falar, tossir ou espirrar. Também pode ser transmitido pelo contato direto com o líquido das lesões cutâneas.
A pessoa infectada pode transmitir a doença de 1 a 2 dias antes do aparecimento das lesões até que todas as bolhas tenham se transformado em crostas — o que costuma levar cerca de 7 dias.
Ambientes fechados, como creches e escolas, favorecem surtos da doença entre crianças não vacinadas.
Quem está em maior risco?
A maioria das crianças saudáveis se recupera sem complicações, mas certos grupos estão mais propensos a desenvolver formas graves da doença:
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Bebês com menos de 1 ano
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Adolescentes e adultos não vacinados
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Gestantes (risco de complicações maternas e para o feto)
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Pessoas com imunidade comprometida (por doenças ou uso de imunossupressores)
Nesses casos, a catapora pode levar a complicações como pneumonia, encefalite, infecções bacterianas da pele e até hospitalização.
Tratamento da catapora
Na maioria dos casos, o tratamento da catapora é sintomático, ou seja, voltado para aliviar os sintomas enquanto o corpo combate o vírus.
Entre as medidas recomendadas:
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Repouso e boa hidratação
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Uso de antitérmicos (como paracetamol) para controlar a febre
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Antialérgicos para aliviar a coceira
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Banhos com aveia coloidal ou permanganato para acalmar a pele
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Manter as unhas cortadas para evitar infecções ao coçar
Importante: o uso de ácido acetilsalicílico (AAS) deve ser evitado em crianças com catapora, pois está associado à síndrome de Reye, uma complicação rara e grave.
Nos casos graves ou em grupos de risco, o médico pode prescrever o antiviral aciclovir, que é mais eficaz quando iniciado nas primeiras 24 a 48 horas do aparecimento das lesões.
Prevenção: a importância da vacina
A vacina contra catapora é a forma mais eficaz de prevenir a doença e suas complicações. Ela faz parte do calendário de vacinação infantil em diversos países, sendo aplicada geralmente em duas doses — a primeira aos 12 meses e a segunda entre 4 e 6 anos.
A vacina é segura, bem tolerada e pode ser administrada isoladamente ou em combinação com outras vacinas (como a tríplice viral + varicela, conhecida como tetraviral).
Indivíduos não vacinados, especialmente adultos que nunca tiveram catapora, também podem se beneficiar da vacina, principalmente se fazem parte de grupos de risco ou trabalham em ambientes com alto potencial de contágio.
Curiosidades, mitos e avanços sobre a catapora
💡 Curiosidade:
Após a infecção, o vírus varicela-zoster permanece “adormecido” no organismo e pode ser reativado anos depois, causando herpes-zóster, uma condição dolorosa comum em pessoas acima dos 50 anos.
❌ Mito:
“Ter catapora uma vez imuniza para sempre.” — Apesar de raro, é possível contrair catapora mais de uma vez, especialmente se a primeira infecção tiver sido muito leve ou se houver comprometimento imunológico.
✅ Fato:
Mesmo pessoas vacinadas podem desenvolver catapora, mas os sintomas são mais brandos, e as chances de complicações são muito menores. Isso é chamado de “catapora modificada”.
🧪 Avanço científico:
Pesquisas recentes vêm estudando o impacto da vacinação universal contra catapora na redução de casos de herpes-zóster na população adulta, uma vez que a circulação menor do vírus parece reduzir a reativação do vírus latente.
👶 Recomendação pediátrica:
Em alguns países, como o Brasil, a vacinação contra catapora já é gratuita e disponível no SUS. A adesão à segunda dose ainda é baixa, e reforçar essa etapa é essencial para proteção completa.
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