A raiva é uma doença infecciosa viral extremamente grave que afeta o sistema nervoso central de mamíferos, incluindo os seres humanos. Causada por um vírus do gênero Lyssavirus, a infecção é quase sempre fatal uma vez que os sintomas clínicos aparecem. Por isso, a prevenção e o tratamento rápido após a exposição são fundamentais para salvar vidas.
Neste texto, você vai entender como ocorre a transmissão, os sintomas principais, o que fazer em caso de mordida, e também os mitos mais comuns que ainda cercam essa doença.
O que é a raiva?
A raiva é uma zoonose viral, ou seja, uma doença transmitida de animais para seres humanos. O vírus atinge o cérebro e a medula espinhal, provocando uma inflamação severa que leva à morte em quase 100% dos casos sintomáticos. Apesar de ser uma doença evitável por meio de vacinação, ela ainda causa milhares de mortes no mundo, especialmente em áreas com menor acesso à saúde pública.
Como a raiva é transmitida?
A transmissão da raiva ocorre principalmente pela mordida, arranhão ou lambida de um animal infectado em feridas abertas ou mucosas. O vírus está presente na saliva do animal doente, mesmo antes do aparecimento dos sintomas. A forma mais comum de contágio em humanos é por meio da mordida de cães não vacinados, mas outros animais também podem ser vetores.
Animais que podem transmitir a raiva
Abaixo estão os principais animais que podem transmitir a raiva para humanos:
Cães
Gatos
Morcegos (especialmente os hematófagos)
Macacos
Raposas
Gambás
Guaxinins
Bois, vacas e cavalos (embora raramente, podem transmitir se estiverem infectados)
Vale lembrar que até animais de criação ou de estimação podem transmitir o vírus, caso estejam infectados e não tenham sido vacinados adequadamente.
Sintomas da raiva em humanos
Os sintomas geralmente começam entre 2 a 8 semanas após a exposição ao vírus, mas esse período pode variar. Os sinais iniciais são inespecíficos, o que dificulta o diagnóstico precoce:
Febre
Mal-estar
Dor de cabeça
Formigamento ou dor no local da mordida
Com a progressão da doença, surgem os sintomas neurológicos:
Ansiedade e agitação
Espasmos musculares
Dificuldade para engolir (hidrofobia)
Alucinações
Paralisia
Convulsões
Coma e, por fim, morte
Uma vez que os sintomas neurológicos se instalam, a doença é praticamente irreversível.
O que fazer em caso de exposição?
Se você for mordido ou arranhado por um animal potencialmente infectado, deve seguir os seguintes passos imediatamente:
Lave o local da ferida com água e sabão abundantemente por pelo menos 15 minutos.
Procure um serviço de saúde imediatamente.
Informe se o animal é conhecido, se foi vacinado ou se fugiu.
A vacinação pós-exposição pode evitar o desenvolvimento da doença se iniciada a tempo.
Em alguns casos, também é necessário aplicar o soro antirrábico.
Prevenção da raiva
A principal forma de prevenção é a vacinação de animais domésticos, especialmente cães e gatos. Outras medidas importantes incluem:
Evitar contato com animais selvagens ou desconhecidos
Não tocar em morcegos, mesmo se estiverem aparentemente mortos
Vacinar pessoas em risco (veterinários, biólogos, trabalhadores rurais)
Procurar atendimento médico após qualquer mordida, mesmo que pareça leve
Mitos e verdades sobre a raiva
“Se o animal está saudável, não tem risco.”
❌ Mito. O animal pode transmitir o vírus mesmo antes de apresentar sintomas. Por isso, o acompanhamento do animal por 10 dias é essencial em caso de mordida.
“A raiva só é transmitida por cães.”
❌ Mito. Diversos mamíferos podem transmitir o vírus, incluindo morcegos, gatos e até cavalos.
“Se passaram muitos dias após a mordida, não adianta mais tomar a vacina.”
❌ Mito. O ideal é iniciar o tratamento o quanto antes, mas mesmo após alguns dias a vacinação pode ser indicada, dependendo da avaliação médica.
“Se o corte é superficial, não precisa se preocupar.”
❌ Mito. Mesmo lesões leves podem transmitir o vírus se houver contato com a saliva de um animal infectado.
“Eu ouvi que a mordida humana também pode passar raiva.”
❌ Mito! Embora muitas pessoas não saibam, a mordida humana é considerada uma das mais perigosas entre os mamíferos, não por transmitir raiva, mas pelo alto risco de infecção bacteriana. A saliva humana contém diversas bactérias, como Staphylococcus aureus, Streptococcus e até germes anaeróbios como Eikenella corrodens, que podem causar infecções graves nos tecidos moles, articulações e até ossos. Feridas provocadas por mordidas humanas — especialmente em mãos, punhos ou áreas próximas a articulações — devem ser tratadas com muita atenção médica, podendo exigir limpeza profunda, antibióticos e, em alguns casos, intervenção cirúrgica. Mesmo que pareçam superficiais, essas lesões nunca devem ser ignoradas.
Conclusão
A raiva é uma doença grave, porém completamente evitável com medidas simples de prevenção e vacinação. Estar atento aos sinais de alerta, buscar atendimento imediato após exposições suspeitas e manter os animais de estimação vacinados são atitudes essenciais para eliminar essa ameaça. Combater os mitos sobre a raiva também ajuda a promover uma sociedade mais consciente e protegida.
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